sexta-feira, 12 de abril de 2013

Visitantes indesejados

Nos últimos tempos fala-se muito em ter um animal cá em casa. O membro mais novo da família tem um pavor desmedido de todo e qualquer animal que se lhe apareça à frente. No entanto a falta de espaço   leva-nos sempre a pensar duas vezes e a ponderar todos os prós e os contras, pois um animal doméstico, de quatro patas e peludo, por mais pequeno que seja, vai viver melhor se tiver espaço para se sacudir e coçar à vontade. A nossa vontade também é grande, mas temos que ser conscientes.
Como as dimensões habitacionais não permitem tal aventura, eis que surgem, sem ser convidados uns pequenos seres, para nos atazanar a todos.
Por várias vezes, já tivemos por cá exércitos de formigas, que insistiam em fazer o percurso entre a casa de banho e a cozinha. Tivemos que correr com elas à força. Não era o animal de estimação que queríamos.
A seguir e sem avisar apareceu uma formosa e bem constituída barata no armário da cozinha. Mais uma vez lá tivemos que a convidar a sair. Logo a seguir, uma amiga, ainda mais formosa que a outra, resolveu aparecer num quarto. Essa, mais emproada do que a outra, deu luta e não se deixou apanhar à primeira tentativa. Achámos que ainda passou uma semana de férias, à borla, cá em casa. Um belo dia, deu caras de novo, mais emproada ainda, achando que tinha arranjado uma residência permanente e depois de uma renhida batalha lá conseguimos pô-la a andar. Definitivamente, também não era este o animal de estimação que precisávamos.
O visitante que veio a seguir, apesar de inofensivo, causou o pânico por aqui. Uma simpática osga apareceu plantada na parede do corredor. Lá tivemos que a mandar pregar para outra freguesia. Pelos vistos, não gostou e convidou uma amiga para o tecto do quarto das crianças. Vassouradas, chineladas e depois de muitas "adas" lá demos conta do bicho que antes deve ter emitido ondas telepáticas às amigas e lá veio outra fazer sala na nossa despensa. Esta era de peso, não por ser grande, mas porque só a víamos de fugida e sempre no mesmo sítio. Até hoje não sabemos onde se meteu. Será que hibernou, emigrou ou simplesmente evaporou?
Um mistério que, assim que começar a fazer calor, vamos desvendar de certeza.
Ontem, vinda sabe-se lá de onde, uma simpática abelha resolveu aparecer na nossa cozinha. Um insecto muito empenhado e trabalhador, mas que não nos apetecia muito ter a sobrevoar as nossas cabeças. Lá corri com ela de novo. Não se deu por contente e veio logo outra a seguir que lá resolveu deixar a sua marca na perna do membro mais novo da nossa família. Depois de algumas lágrimas e de uma receita caseira, à moda antiga, a coisa lá melhorou. Pensando que o episódio tinha ficado por ali, enganaram-me mais uma vez e lá apareceu mais um batalhão de amigas para nos pôr os cabelos em pé. E agora? Será que temos um ninho nas redondezas ou na nossa janela? É o que iremos descobrir nas próximas horas. Talvez quem sabe ainda deixamos as amigas a viver por  aqui, pois não é todos os dias que somos presenteados com tamanho símbolo de prosperidade, segundo dizem os peritos nestas coisas.



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